Google+ O Livro dos Deuses Nórdicos: O jovem e a elfa

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29 de agosto de 2013

O jovem e a elfa

Conto do leitor Cristian Schwarz.

Descendente dos homens mais antigos que viveram no mundo, em sua juventude centenária, um cavaleiro faz de seu lar sua armadura, elmo e botas. Vacante em uma jornada incerta, seu destino é trilhado pelo vento. Em seu rumo, passara dias sem contato com ninguém falante, atravessando planícies infinitas ao horizonte, desfilando montanhas imponentes de rochas eternas e percorrendo pântanos sem sinal de qualquer almejo da vida amigável.


Entre inúmeros nascer e pôr-do-sol, a necessidade de recompor-se fisicamente tem a chance de ser realizada. O jovem cavaleiro avista chamas de um vilarejo distante, talvez um sinal de um algum desejo maior, surgem como um convite sem remetente ao entardecer. Cavalgando em passos calmos, o estranho transpõe a entrada da cidadela com olhares instigantes, como se já estivessem cientes da chegada do forasteiro por um sussurro da densa floresta para o rio ameno que sacia o vilarejo. O pernoite em uma estalagem depredada pelo tempo e restaurada pela natureza, a única do lugar, servirá de repouso.

Havia pouco tempo se instalado em seu cômodo, cantos alegres e risos lhe chegam aos ouvidos, o suficiente para alimentar o desejo de um pouco de distração. Vagarosamente em direção aos toques de suaves flautas acompanhados de uma gaita alegre e bumbos compassados, ele observa as moradias harmônicas e naturais daquele povoado. Orientados pelo calendário lunar, os elfos naquela noite celebravam um grande feito de um guerreiro, receberia este a tatuagem da serpente, que após voltar com uma cabeça de um dragão que trazia ameaça a floresta e aos habitantes do vilarejo.

Licores élficos e uma fogueira serviam todos os presentes no centro da cidadela. Danças e cantos eram entoados de tal forma que nunca virá antes, estavam em uma espécie de transe com a natureza e a música, e ali foi convidado a comemoração por uma jovem elfa. Um convite irrecusável, detentora de uma voz sutil, uma exibe destreza, sua clara e reluzente pele a adornava um colar de cristal, equivalente a beleza natural das elfas. Enquanto dançava de maneira que possuía o controle absoluto de seu corpo, seus olhos azuis perolados inundavam de admiração e ternura de quem detivesse a atenção. As chamas da fogueira já não iluminavam tanto quanto seu olhar.

Estendida a festividade até o dia seguinte, o fim se aproximava com os raios de sol insistentes entre as folhas da floresta ao leste. A jovem elfa, que lhe fizera o convite, agora se aproxima sutilmente do cavaleiro e despede-se com o toque de seus lábios aos lábios dele.

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