As mitologias nórdica, teutônica e celta são repletas de descrições de seres da Natureza, que agiam de forma benévola ou malévola em relação aos homens. Chamados de elfos, eles eram seres etéreos, intermediários entre os seres humanos e as divindades. Podiam ser vistos pelos clarividentes entre rochedos ou árvores e se comunicavam telepaticamente com as pessoas sensitivas e com as crianças.
O historiador Snorri Sturluson classifica os elfos em duas categorias, definidas por uma série de oposições: claros–escuros, celestes–telúricos, bons–maus, feios–bonitos.
Os
elfos claros, ou Ljossalfar, apresentavam-se com feições suaves, formas
graciosas e cores claras; apreciavam a música e a dança e moravam em
Alfheim (Ljossalfheim), perto de Asgard. Mantinham um bom relacionamento
com os deuses e auxiliavam os seres humanos, fazendo, por exemplo, a
vegetação crescer. Habitavam no espaço entre o céu e a terra e flutuavam
no meio dos pássaros e das borboletas.
Adoravam dançar e deslizavam pelos raios do luar para rodopiar nas
clareiras. Ali deixavam marcas circulares, identificadas pela grama
mais verde e pelas flores ou cogumelos que as cercavam, chamadas fairy
rings (“anéis das fadas”). Ao contrário dos elfos escuros, os elfos
claros amavam a luz e, nas celebrações das deusas Ostara ou Sunna,
apareciam, nas colinas, em forma de mulheres vestidas de branco. Eram
representados, na maioria das vezes, com formas femininas e considerados
os mestres e guardiães da inspiração e sabedoria. Os elfos claros
apareciam, para os seres humanos que consideravam merecedores de seu
auxílio, como lampejos de luz ou raios coloridos que ativavam a
inspiração e a criatividade.
Os elfos claros gostavam de receber oferendas de mel, leite, manteiga, cristais de quartzo, pedras brancas, metais (ouro, prata, bronze, cobre), essências e óleos aromáticos (tomilho, manjericão, pinheiro), flores (calêndula, lírio-do-vale, violetas), poemas e canções.
Os
elfos claros mais conhecidos eram Billing, o elfo do crepúsculo;
Delling, o elfo da aurora, marido da deusa Nott e pai de Dag, o dia; e
Skirnir, amigo e assistente de Frey, que o ajudou a se casar com a linda
deusa Gerd.Os elfos claros gostavam de receber oferendas de mel, leite, manteiga, cristais de quartzo, pedras brancas, metais (ouro, prata, bronze, cobre), essências e óleos aromáticos (tomilho, manjericão, pinheiro), flores (calêndula, lírio-do-vale, violetas), poemas e canções.
Os elfos escuros, Svartalfar ou Dvergar, que se originaram das larvas surgidas da decomposição do cadáver do gigante Ymir, tinham aparência grotesca, pele escura, feições grosseiras, barbas longas e estatura baixa. Sua morada era o sombrio reino de Svartalfheim. Por temerem o contato com a luz solar (que podia queimá-los ou petrificá-los), eles se refugiavam sob a terra, em grutas, cavernas, frestas de rochedos ou câmaras funerárias subterrâneas. Muito semelhantes aos gnomos, eram até mesmo confundidos com eles nas lendas por causa de seus atributos e manifestações sempre masculinas, mostrando mau humor ou acessos temperamentais, sendo muito irascíveis e maliciosos.
Dos
deuses, apenas Frey e Sunna possuíam alguma conexão com eles. Frey era
um deus da fertilidade da terra e os elfos escuros eram considerados guardiões das riquezas subterrâneas. Frey pertencia à raça mais antiga
dos deuses Vanir e os elfos escuros eram vistos como os representantes
da memória dos ancestrais, absorvida e guardada no plano etéreo da
terra. A ligação da deusa Sunna com os elfos
escuros se dá pela crença dos povos nórdicos de que ela, após passear
com sua carruagem pelo céu durante o dia, continuava sua jornada embaixo
da terra durante a noite, emergindo ao alvorecer.
Pode parecer paradoxal a associação dos deuses Frey e Sunna com os elfos escuros, mas não se deve esquecer que, na mitologia original nórdica, inexiste a dualidade luz–sombra, bem–mal, céu–terra. Para os povos antigos, só existiam diferentes formas e modos de percepção e manifestação; os pólos opostos interagiam e se complementavam, sem conflitos. A visão dicotômica das polaridades pertence à doutrina cristã.
As
oferendas para os elfos escuros incluíam pedras semi preciosas, metais
(ferro, cobre, prata, ouro), temperos e especiarias. Antigamente, no
outono, os camponeses nórdicos celebravam o Alfblot, um festival
dedicado aos elfos escuros, que também incluía sacrifícios de animais.
Eles eram invocados na mineração e na metalurgia, principalmente para a
confecção de armas e joias.Pode parecer paradoxal a associação dos deuses Frey e Sunna com os elfos escuros, mas não se deve esquecer que, na mitologia original nórdica, inexiste a dualidade luz–sombra, bem–mal, céu–terra. Para os povos antigos, só existiam diferentes formas e modos de percepção e manifestação; os pólos opostos interagiam e se complementavam, sem conflitos. A visão dicotômica das polaridades pertence à doutrina cristã.
Além dos elfos claros e escuros, as lendas e os contos escandinavos e saxões descrevem outros tipos de elfo, dos quais se destacavam as “Mulheres-elfo”. Esses seres etéreos, femininos em suas formas, apareciam somente para os homens, atendiam aos seus pedidos e depois desapareciam..
Kveldulf Gundarsson, por sua vez, menciona, em Teutonic Magic, outra classe de elfos, os Dokkalfar, semelhantes às Disir (espíritos femininos ancestrais) e considerados suas contrapartes masculinas. Moravam nas colinas e não eram nem divinos nem humanos, ainda que próximos a ambos os planos. Grandes magos e sábios mestres, eles apareciam no crepúsculo como seres de lindas feições, pálidos, às vezes muito velhos e vestidos como nobres cavalheiros ou sábios. Se devidamente invocados e honrados (com oferendas), eles se aproximavam dos seres humanos e apareciam em seus sonhos e visões para ensiná-los e ajudá-los.
Texto tem como base o livro "Crepúsculo dos Deuses" da Mirella Four ... Escrito pela CDC, Ana Clara Santos
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