Google+ O Livro dos Deuses Nórdicos: A “domesticação” da guerreira: as valquírias como donzelas-cisnes

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9 de setembro de 2013

A “domesticação” da guerreira: as valquírias como donzelas-cisnes

Seguindo a sequencia dos poemas da Edda poética, encontramos outras referencias sobre o nosso tema, desta vez em fontes mais recentes. A Völundarkvida (“A balada de Völundr, século XIII) narra as peripécias de três filhos do rei da Lapônia. No momento em que estes caçavam ao redor de um lago, observaram três mulheres que fiavam e possuíam a aparência de cisnes. Elas eram valquírias e também filhas de reis (Ölrún, “senhora da cerveja”; Hládwud Svánhvit, “branca como cisne”, Hérvor Álvit, “sábia”). Acabaram sendo tomadas como esposas por um período de sete anos, mas depois retornaram ás suas atividades em batalhas e não mais regressaram. Percebemos que apesar  da continuidade na associação das valquírias como as três nonir, tecendo o destino dos homens, surge uma nova imagem. Desta vez as donzelas são representadas com características de cisnes e acabam casando, além de pertencerem diretamente à realeza. O simbolismo deste animal vincula-se com sua cor, branca, manifestação do poder e da graça da luz.


Apesar de a estrutura narrativa desse episódio ser um tema comum nas mitologias de origem indo-européia, sua inserção na trajetória do mito ocorre tardiamente na Era Viking. Segundo alguns pesquisadores, essa transformação foi resultado do longo trabalho de poetas após muitas gerações. Relacionados diretamente com as cortes reais dos escandinavos, muitos poemas foram realizados para dignificar publicamente reis e heróis.  Com isso as donzelas-cisnes surgem como integrantes importantes da narrativa heroica, elo sobrenatural entre o mundo odínico e a realeza. No poema Völundarkvida elas são filhas de reis e foram tomadas por guerreiros valorosos. Mas não podiam fugir às suas características básicas de agentes do destino, de tecelãs da vida dos homens. Após nove anos, as três donzelas-cisnes fogem e retornam à sua condição primordial de valquírias. O numero nove é o mais sagrado na religião viking, associado ao deus Odin (principalmente ao período em que ele ficou enforcado na árvore Yggdrasill).



Adaptação do livro: Deuses, Monstros, Heróis (Jhonni Langer)

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